Andaluzia – Parte II – A fascinante Córdoba
No post anterior visitamos a cidade de Sevilha.
Agora vamos conhecer a fascinante Córdoba, que nos tempos remotos era um simples povoado às margens do rio Guadalquivir.
Uma vez conquistada pelos romanos no século II a.C., passou a crescer e adquirir importância regional.
Após a queda do Império Romano vieram os bárbaros e, posteriormente, os visigodos, já no início do século V.
No ano de 716 a península Ibérica foi invadida pelos muçulmanos, que lá permaneceram até o ano de 1492, quando, finalmente, cumpriu-se a “Reconquista Cristã” do território espanhol.
Da época romana permanece um impressionante legado, incluindo ruínas de construções, mosaicos artísticos e a imponente ponte de pedras.
– Mosaicos
Entre 1958 e 1959, durante um trabalho de escavação na Plaza de la Corredera, um verdadeiro tesouro foi encontrado: mosaicos romanos dos séculos II e III d.C., representando personagens da mitologia. As obras foram cuidadosamente removidas, restauradas e encontram-se expostas no Alcácer dos Reis Cristãos.
Polifemo e Galateia
Medusa
Máscara de Oceano
-Ponte Romana
Para vencer a travessia do rio Guadalquivir, os romanos construíram no século I a.C. uma impressionante ponte de pedras de 330 metros de extensão, composta de 16 arcos.
– Porta da Torre
Do lado norte da ponte encontra-se a Porta da Torre, uma das entradas da muralha romana que protegia Córdoba. Ao longo da história foi reformada e reestruturada, porém sua localização se manteve intacta.
– Torre da Calahorra
Do lado sul da ponte, coube aos muçulmanos construir a monumental Torre de la Calahorra para defesa e controle de entrada à cidade de Córdoba. Durante o século XVIII a fortaleza chegou a funcionar como prisão.
– Catedral de Córdoba – La Mezquita
Sobre ruínas de um templo visigodo, no ano de 786 o Emir de então ordenou a construção de uma mesquita na cidade de Córdoba, que até o século XI passou por diversas ampliações.
O imenso complexo ocupa uma área de aproximadamente 23.000 m², contando com mais de 1000 colunas de várias épocas, além de 365 arcos bicolores em formato de ferradura; tudo milimetricamente distribuído.
Em 1236, após a retomada de Córdoba, o rei espanhol determinou a transformação do templo, criando internamente vitrais, capelas e demais elementos da tradição cristã.
A iluminação natural oferece especial destaque às colunas e arcos internos, além de revelar a grandiosidade da belíssima Catedral.
– Alcácer dos Reis Cristãos
O palácio foi edificado pelos muçulmanos no século IX, servindo ao mesmo tempo de moradia do Emir e proteção à cidade.
A fortaleza é cercada por muralhas de pedra, torres de vigilância, palácio, fontes, laranjal e belos jardins internos.
A imagem aérea mostra a beleza dos jardins do Alcácer dos Reis Cristãos.
Após a reocupação da cidade de Córdoba, o Alcácer passa a servir de residência dos monarcas espanhóis, que ali permaneceram até o século XV.
A partir do Alcácer de Córdoba, no início de 1492, os Reis Cristãos, Dom Fernando de Aragão e Dona Isabel de Castela, mobilizaram as tropas que venceram os últimos pontos de resistência muçulmana em seu território, Granada e Alhambra.
No mesmo ano de 1492 ocorreu outro importante marco histórico no Alcácer de Córdoba: foi selada a permissão e o apoio financeiro dos Reis Cristãos para que o navegador italiano Cristóvão Colombo encontrasse o sonhado “caminho das Índias”, de onde vinham especiarias, tentando quebrar o monopólio do Império Otomano.
Apesar de experiente, Cristóvão Colombo subestimou o tamanho da Terra, enganando-se quanto à rota das Índias. Em outubro daquele ano, durante sua primeira expedição, por obra do acaso descobriu a América, desembarcando numa ilha do Caribe.
Colombo realizou 3 outras expedições financiadas pelos monarcas espanhóis até 1504, porém jamais chegou ao destino prometido, tendo alcançado diferentes pontos do continente americano, o que não é pouco.
-Estábulos Reais – Calle Caballerizas Reales, 1
A poucos passos do Alcácer dos Reis Cristãos encontram-se as “Caballerizas Reales” de Córdoba que foram criadas pelo Rei em 1570, com objetivo de desenvolver e treinar cavalos puro sangue Andaluz.
Ali são realizadas belas e elegantes apresentações equestres.
Para mais informações: https://www.andalucia.org/es/cordoba-turismo-cultural-caballerizas-reales
– Plaza de las Tendillas
Bom local para relaxar e almoçar
–Calleja de las flores
Bem próxima da Catedral de Córdoba, no antigo bairro árabe, encontra-se a viela e beco Calleja de las Flores, decorados com vasos de flores, uma tradição da Andaluzia.
Por ora ficamos por aqui, meus amigos.
Obrigado por seguir e divulgar os posts do bagagemdebordo.com
Na próxima etapa veremos os encantos de Granada e Alhambra, palco das últimas batalhas da Reconquista Cristã.
Até lá…..Hasta la vista……
Parabéns Sidney, belíssima documentação fotográtiva e explicativa…maravilhosa a catedral, detalhes riquíssimos dos elementos de Arquitetura. Muito obrigado pelo passeio e conhecimento!
Muito bom receber seu feedback, Ade. Forte abraço
Adorei a reportagem!
Muito bem escrita, com informações esclarecedoras e diretas, que não cansam o leitor. Ótimas fotos que dão uma ideia precisa dos locais.
Vou aguardar a próxima publicação!
Obrigado pelo gentil comentário, Silvia Thalacker.
Muito bom! Um texto informativo que costura fotos, sempre de excelente qualidade
Muito obrigado, Manoel Belem