Andaluzia – Parte III – Granada – A última batalha da Reconquista

O “Período Clássico” inicia por volta de 500 anos a. C., época em que povos Ibéricos já habitavam a região de Granada.

Sucessivas ocupações ocorreram, assim como nos demais povoados da Andaluzia.

Os Romanos estiveram presentes entre os séculos III a.C. e V d.C. , deixando um legado de infraestrutura típica daquela civilização.

Depois vieram povos germânicos, incluindo os Visigodos, até o início do século VIII d.C., quando a península passa a ser ocupada pelos muçulmanos, que permaneceram até o início de 1492.

Durante o longo domínio muçulmano, Granada se transformou num importante centro de cultura islâmica, quando a fortaleza de Alhambra e todo seu interior foram construídos.

Prontos para mais uma etapa da nossa viagem à Andaluzia?

– Alcáiceria – Calle Alcáiceria, 1

Um mercado ou bazar situado no centro histórico, associado à herança mourisca da cidade.

Leva o nome de uma palavra árabe que significa “mercado”.

Construído no período do Emirado de Granada, esse vibrante centro de comércio vendia tecidos, seda, temperos, objetos cerâmicos, joias e muitas outras mercadorias.

Suas ruas estreitas, sinuosas, com centenas de lojas, proporcionam um interessante passeio, além de remeter a uma viagem no tempo.

– Albaicín – Albayzin

Visita obrigatória em Granada, o bairro fica numa colina voltada para o complexo de Alhambra, formando um distrito mourisco de vielas sinuosas, escadarias e moradias predominantemente brancas.

Desbravar o labirinto de suas ladeiras é vivenciar a mistura única da arquitetura e cultura mourisca, espanhola e cigana.

– Capela Real – Centro Histórico

A influente Rainha Isabel I de Castela ordenou a construção da capela para seu descanso eterno, assim como do Rei Fernando II de Aragão e demais membros da família real.

Erguida entre 1505 a 1517, constitui o edifício gótico mais importante da cidade.

Fotografias internas não são permitidas, porém é possível conhecer a Capela, através da Internet.

Em 1518, a Catedral de Granada começou a ser construída bem ao lado da Capela.

– Passeio do Darro – Carrera del Darro

Uma estreita via, que começa entre as Praças Nueva e de Santa Ana, sobe a colina rumo ao Sacromonte margeando o rio Darro, tendo à esquerda o bairro de Albaicín e à direita a encosta de Alhambra.

– Miradores de San Nicolás e de San Miguel

São pontos distintos do Bairro Albaicín, de onde se avista todo o complexo de Alhambra.

San Nicolás oferece maior conforto, tanto de dia quanto de noite.

Com sorte é possível assistir a uma apresentação de música Flamenca, típica da região, com Alhambra ao fundo.

Logo abaixo do terraço de San Nicolás, existe um restaurante com privilegiado panorama de Alhambra.

Chegar antes para reservar uma mesa de sua preferência é uma boa ideia.

O cair da tarde é o momento mágico, quando as luzes iluminam toda a fortaleza.

O nome Alhambra tem origem árabe e significa “a vermelha”, supostamente associado ao tom das pedras que compõem suas muralhas e torres quando expostas ao sol. Na Espanha eles pronunciam “Alambra”.

Na primeira metade do século XIII, com a chegada do fundador da Dinastia Nasrid a Granada, começou a construção do complexo monumental sobre ruínas da época Romana (sempre eles).

Alhambra foi palácio, cidadela, fortaleza, residência dos sultões, funcionários graduados, servidores da corte e soldados de elite. Contava com terraços para plantio, 6 km de aqueduto e cisternas que garantiram o fornecimento d’água por séculos.

Uma das atrações mais procuradas na Espanha, Alhambra recebe 2,5 milhões de pessoas anualmente, portanto os ingressos devem ser adquiridos com pelo menos 30 dias de antecedência. O valor individual pode variar de € 20 a € 60, dependendo do horário diurno ou noturno, ponto de encontro, tipo de translado, visita guiada em grupo ou individual, idioma, etc.

Alcáçova (Alcazaba)

Palavra de origem árabe que significa castelo ou fortaleza, a Alcáçova é um perímetro fortificado, destinado ao refúgio e segurança do Sultão. Constitui o recinto mais antigo de Alhambra.

Torres e muralhas

Iniciadas a partir de 1238, por ordem do Sultão Maomé I, formam o embrião de um sofisticado projeto.

Generalife

O palácio de verão e refúgio rural dos Sultões de Granada foi construído entre os anos de 1302 e 1324 e significa “Jardim dos Arquitetos”.

Dentro do Generalife os Sultões e seus familiares podiam avistar os belos jardins e as fontes do entorno da propriedade.

Pátio da Acéquia conta com uma longa piscina emoldurada por canteiros de flores, fontes, colunatas e pavilhões, além do Jardim da Sultana ou Pátio do Cipreste.

Deixando Generalife a caminho dos palácios Nasrid, o visitante passa pelo belo jardim que antecede o hotel Parador de San Francisco, hospedagem ideal para quem deseja desfrutar dessa verdadeira maravilha por um período maior.

Palácio dos Abencerrajes

Sobre estas ruínas havia o palácio de uma nobre família muçulmana que viveu em Alhambra durante a Idade Média.

Palácio Carlos V

Em estilo renascentista, foi construído após a reconquista, a partir de 1528, por ordem do neto dos Reis Cristãos, Carlos V, para ser sua residência.

No idioma espanhol, a fruta romã se chama “granada“, portanto não poderia faltar em Alhambra.

Igreja Santa Maria de Alhambra

Foi reedificada em estilo gótico no século XVI, sobre uma antiga mesquita.

Palácios Nasrid

Conjunto de edifícios que foram residência dos Sultões e dos serviçais da corte.

Erguido na metade do século XIV (depois de 1335), o complexo foi concebido para receber posteriores ampliações. Divide-se em Palácio Mexuar, Palácio Comares, Palácio dos Leões e Partal.

Palácio de Mexuar

Palácio de Comares – Pátio dos Arrayenes

Fonte do pátio dos Arrayenes

Palácio dos Leões

Um dos mais famosos palácios da arquitetura islâmica, foi construído entre 1362 e 1391, no apogeu do domínio da Andaluzia.

A icônica fonte com 12 leões embeleza ainda mais o pátio central do palácio.

As paredes e tetos são ricamente decorados com sofisticadas texturas e inscrições no idioma árabe. A iluminação natural destaca cada detalhe interno.

Uma rara pintura em estilo renascentista decora um dos tetos do palácio.

Na parte sul do palácio dos Leões encontram-se o Pátio e a fonte de Lindaraja, que causam um efeito de claustro.

A foto central abaixo, mostra a sala da Sultã com vista para Lindaraja.

No andar superior do palácio fica o mirador de Lindaraja.

Palácio do Partal (1302 a 1309)

Supostamente a primeira estrutura palaciana interna à medina formada pelos demais palácios mouriscos. Externamente apresenta um lindo conjunto de jardins e espelhos d’água.

Oratório do Partal

Porta da Justiça

Torre que dá passagem à saída do complexo de Alhambra, onde bate aquela vontade de voltar ao ponto de entrada e começar tudo de novo.

Descendo a rampa à direita, aparece uma enorme e deslumbrante fonte.

Continuando o caminho cruza-se o bosque de Alhambra e, finalmente, a Porta das Granadas.

Sobre o pórtico, observamos tres romãs, daí o nome Puerta de las Granadas

Planta de Alhambra

Queda de Granada

No início de janeiro de 1492, aconteceu a última batalha da reconquista espanhola. As tropas muçulmanas se renderam e os soldados dos Reis Cristãos finalmente entraram em Alhambra, encerrando a existência do Emirado de Granada.

O quadro abaixo retrata a “Queda de Granada” com Alhambra aparecendo ao fundo, o Sutão Abu ‘Abdallah Muhammad XII à esquerda e os Reis Cristãos à direita, já em clima de paz.

Hoje é isso, meus amigos….

No próximo post continuaremos na Andaluzia, desta vez na apaixonante cidade de Ronda.

Hasta luego……