Andaluzia – Parte V – Málaga – Terra de Pablo Picasso

Andaluzia – Parte V – Málaga – Terra de Pablo Picasso

janeiro 13, 2024 8 Por sidneieid2015

Nos posts mais recentes, percorremos as cidades espanholas de Sevilha, Córdoba, Granada e Ronda.

Na publicação de hoje, seguimos na Andaluzia para visitar a preciosa Málaga, na “Costa do Sol”, banhada pelo Mar Mediterrâneo.

– Fortaleza e Castelo de Gibralfaro (Camino Gibralfaro, 11)

Gibralfaro, que dá nome ao Castelo, nasceu da união de uma palavra árabe e outra grega, significando “Morro do Farol”, em alusão a uma suposta sinalização posicionada no ponto mais alto de Málaga.

As primeiras construções aconteceram no ano de 787 d.C., durante o domínio árabe, porém, seu caráter defensivo se deu a partir de 1340, movido pela necessidade de proteger a cidadela.

Além da fortaleza no topo do morro, a muralha descia a encosta em direção à Alcazaba (fortaleza urbana com moradias, mesquita, edifícios públicos, etc), que, integrada ao Castelo, formava todo o complexo.

Alcazaba – Fortaleza Urbana

As muralhas irregulares e alongadas são típicas da arquitetura defensiva Nazari, sempre buscando adaptar-se à acidentada topografia do terreno.

Canhão Espanhol

A vista a partir do castelo é deslumbrante: Baía de Málaga, Porto de Cruzeiros, marina, praias, avenida beira-mar, Muelle Uno, Farol de Málaga, etc

– Teatro Romano (Calle Alcazabilla, s/n)

Após permanecer enterrado por séculos, escavações realizadas em 1951 no pé do morro da Alcáçova (Alcazaba) encontraram um valioso tesouro arqueológico: um Teatro Romano.

Sua construção aconteceu no século I a.C., durante o reinado do imperador romano César Augusto.

Cuidadosamente restauradas, as ruínas tornaram-se símbolo daquela civilização em Málaga.

Esses romanos foram poderosos…..

A maquete mostra como estão dispostos o Castelo de Gibralfaro, a Alcáçova, o teatro Romano e a Catedral de Málaga, La Manquita, em primeiro plano. À direita aparece a sede da prefeitura, o Paseo del Parque, a Plaza de Toros e a avenida beira-mar. Todos construídos em diferentes épocas.

No entorno do teatro, a maioria das vias é destinada a pedestres, contando com restaurantes, sorveterias, lojas, etc.

– Restaurante El Pimpi (Calle Granada, 62)

A poucos passos do teatro, encontra-se o tradicional restaurante El Pimpi (algo como “o paquerador” ou, se preferir, “o galanteador”), muito frequentado por personalidades e também simples mortais como nós….

Conforme mostra o painel, nosso eterno craque e “Rei do Futebol”, Pelé ( El Pele), esteve por lá nos anos 70….

Tonéis empilhados e fotos em diferentes ambientes internos, registram a presença de visitantes ilustres que lá pisaram: artistas, cantores, músicos, esportistas, personalidades políticas, etc.

Por isso, o mínimo que você vai fazer, é posar para uma selfie, não é verdade?

O ator Antonio Banderas saudou por escrito Málaga e os malaguenhos quando esteve no Pimpi…

Como não poderia deixar de ser, “El Pimpi” serve deliciosas entradas (tapas), bebidas, pratos e sobremesas, todos típicos da tradicional cozinha espanhola. Não tem como não gostar….

Procure reservar uma mesa antes de ir, pois é muito concorrido.

A sugestão é dar antes uma passada, agendar um horário, passear pelo teatro Romano ou Catedral, voltando na hora marcada. Assim você não perde tempo, conhece alguma atração e faz uma memorável refeição, acompanhada de cerveja, sangria ou um bom vinho da região.

– Catedral de Málaga – La Manquita – (Calle Molina Lario, 9)

Visível de vários pontos da cidade, a Santa Iglesia Catedral Basílica de la Encarnación constitui um dos mais importantes monumentos da capital da Costa do Sol, além de ser um dos principais templos do renascimento Andaluz.

No exato local em que existiu a mesquita maior da cidade, Aljama, os Reis Cristãos (sempre eles…) ordenaram a construção de uma Catedral em estilo gótico.

No ano de 1528 foram iniciadas as obras, que duraram até o século XVIII.

O interior também reúne influências renascentistas e barrocas, com especial destaque à capela da “Encarnación”, que dá nome ao templo.

Além de toda essa riqueza, a Catedral abriga um museu com variadas obras de arte e objetos sacros da região Andaluz.

Apesar do nome pomposo, da grandiosidade e de combinar diferentes estilos arquitetônicos, a Catedral apresenta uma peculiaridade: o projeto previa duas torres na fachada principal, entretanto somente um dos lados foi executado, pois…… faltou verba para erguer a segunda unidade……..

Por esta razão, os malaguenhos a chamem pelo carinhoso apelido de “La Manquita” (A Manquinha).

Segundo a lenda, a verba destinada à construção da torre faltante foi doada à Guerra de Independência Americana (1776), enquanto outros afirmam que foi aplicada na construção de uma estrada conectando Málaga e Vélez. Se a primeira hipótese for verdadeira, os Estados Unidos estão em débito com Málaga há quase 250 anos…..

Além de conhecer internamente, subir na cobertura da “Manquita” e desfrutar da linda vista, é passeio obrigatório.

Pintura de “La Manquita” na visão do artista urbano

– Orla de Málaga

Depois visitar o centro ou “Casco Histórico Malagueño”, é hora de percorrermos as principais avenidas, praias, atrações urbanas e culturais.

A Baía de Málaga é a parte mais vibrante da cidade, não apenas por sua beleza natural, mas também por ser um centro de atividade cultural e social, com eventos, festivais e uma vida noturna movimentada, especialmente durante os meses de verão.

A partir da Catedral de Málaga, andando 4 minutos no sentido Sul, encontramos a avenida beira-mar Paseo del Parque.

Prefeitura de Málaga – Ayuntamiento

Caminhe no sentido esquerdo da mesma, ao longo da arborizada região chamada Parque de Málaga, entre as praças De la Marina e  General Turrijos, onde fica a “Fuente de las Tres Gracias”.

Depois da bucólica caminhada, vire à direita, no sentido da praia, onde fica o “Muelle Uno”, região fundamental da cidade por se tratar de um espaço contemporâneo revitalizado, que combina comércio, lazer, variada culinária e cultura, sendo um destino popular para moradores locais e turistas.

O “Muelle Uno” (Doca Um) abriga a única filial do Centro Pompidou, importante museu contemporâneo de Paris. Um edifício colorido, de linhas inovadoras, que fica logo na entrada.

Fonte Google

Na foto abaixo, o Centro Pompidou aparece no fundo, ao lado esquerdo.

Luxuosos (e humilhantes) iates permanecem atracados ao longo da doca. Mais parecem navios…..

Aproveite as diversas opções de quiosques, lanchonetes, pizzarias e restaurantes para saborear as tradicionais entradas “tapas”, uma boa refeição ou simplesmente passear e apreciar a vista do Mar Mediterrâneo.

A revitalização do Muelle Uno preservou a antiga Capela do Porto de Málaga.

No final do “Paseo del Muelle” encontre o Farol de Málaga, no “Paseo de la Farola”.

Avance um pouco mais em direção ao mar para conhecer o “Paseo de Levante”.

Agora que passeamos e curtimos bons momentos no “Muelle Uno” e região, vamos deixar a doca, dobrando à direita na avenida beira-mar chamada “Paseo Marítimo Pablo Ruiz Picasso”, nome um tanto familiar, não?

Chegamos na charmosa “Playa de la Malagueta”.

Sente-se numa lanchonete, bar ou restaurante “pé na areia”, para tomar uma bebida gelada, fazer uma refeição ou tomar um café olhando as ondas e sentindo a brisa do mar.

Outra opção, para quem tiver tempo, é curtir a praia debaixo do sol ou aproveitando a sombra dos elegantes guarda-sóis de palha ali instalados.

– Museu Picasso (Calle San Agustín, 8)

Depois de percorremos a orla, que tal uma visita cultural….

Málaga tem grande orgulho de ser a terra natal de Pablo Picasso, um dos mais influentes artistas do século XX e, portanto , não poderia faltar um museu a ele dedicado.

Nascido em 1881, Picasso revolucionou a Arte Moderna.

Foi um dos fundadores do movimento artístico Cubismo, fragmentando e reconfigurando perspectivas de uma mesma imagem, para criar sensação de movimento.

Em 1907, no início da Revolução Cubista, pintou o quadro “Senhoritas de Avignon”.

Além de extraordinário pintor, sua obra engloba esculturas, cerâmicas, gravuras e desenhos.

Entre 1922 e 1923, na fase do Classicismo Moderdo, Picasso retratou sua esposa Olga, uma bailarina russa, e o filho Paulo.

O acervo permanente dispõe mais de 200 obras do artista, cobrindo as diferentes fases ao longo da vida.

Aos 91 anos, no início de abril 1973, pouco antes de morrer, Picasso teria dito aos amigos: “Bebam por mim, bebam à minha saúde. Eu não posso mais beber…”.

No dia seguinte à morte do pintor, o ex-Beatle Paul McCartney passava férias na Jamaica, local onde gravavam o filme “Papillon”. No jantar com o ator Dustin Hoffman, Paul foi desafiado pelo mesmo a compor uma música em homenagem a Pablo Picasso.

Foi então que surgiu “Picasso’s last words (Drink to me)”.

Ali mesmo, Paul pegou o violão e então começou a dedilhar acordes e cantar:  

O grande pintor morreu ontem à noite

Sua pintura está na parede

Antes de partir ele despediu-se e desejou boa noite a todos nós

Bebam por mim, bebam à minha saúde, vocês sabem que eu não posso mais beber….

Impressionado, Dustin Hoffman passou a gritar para sua esposa: venha ouvir, venha ouvir; ele está criando a música !!!!

A composição tornou-se a mais longa canção do disco “Band on the run”, de 1973.

É isso……

Chegamos ao fim do passeio em Málaga.

Muito bom, não?

Duas improváveis conexões foram aqui abordadas:

  • a ausência de uma torre da Catedral e a Guerra de Independência Americana
  • a morte de Pablo Picasso e o desafio aceito por Paul McCartney

Espero que tenham gostado….

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No próximo, daremos um último giro pela Andaluzia, trazendo Marbella, Úbeda, Baeza, Sotenil de las Bodegas e Grazalema (não se assuste: mais fotos do que texto)……

Hasta la vista, señoras y señores…..