Madri – 3 – Museus – Mudando Sua Cabeça

Eu te entendo perfeitamente!!!

Nem precisa se explicar….

Você não é do tipo “fanático por museu” e durante a viagem não planeja, de forma alguma, passar dias inteiros “dentro de um prédio”…..

Seu tempo é curto. Você só tira férias uma vez por ano e, ainda assim, míseros 20 dias.

Quando ouve que precisaria de 3 meses para visitar um determinado museu inteiro, você treme na base e simplesmente desiste…….( do museu, mas não da viagem, né??).

OK, vou tentar te ajudar.

Na região do Paseo del Prado, num trecho de 1100 metros, estão concentrados os 3 principais museus de Madri, formando o chamado “Trio Dourado”.

O que vai motivar sua visita a um ou mais deles e, provavelmente, mudar sua relação com a arte, será:

• entrar no clima, visualizando as principais obras (em seu computador, ….calma, você ainda está em casa)
• conhecer o tipo de obra: pintura, escultura, etc
• descobrir o tema ou motivo que levou o artista a criá-la,
• estilo (OK, você não quer entrar em tantos detalhes)
• autor (esse eu não abro mão…)
• ano de criação

Veja o essencial: 10 a 15 obras já estará de bom tamanho.

Quem sabe agora você se anima??

• Museu do Prado museodelprado.es/visita-el-museo/15-obras-maestras/

Fica no Paseo del Prado (sem número, mas todos lá conhecem….fique tranquilo) e o ingresso individual custa 14,0 €.

Para você não “perder tempo”, já indiquei na planilha abaixo a sala e o andar das 15 principais obras.

Seu ícone, o quadro “Las Meninas” de Diego Velásquez, equivale à Mona Lisa se compararmos ao Louvre de Paris.

OK, você já ficou íntimo e prefere tratá-lo simplesmente por Velásquez.

A pintura, de 1656, retrata, entre outros, alguns membros da família do Rei Felipe IV em um aposento no Real Alcázar de Madri. Parece uma foto!!!

15 Principais obras do Museu do Prado – Madri
Obra	Título	Autor	Nome original	Cronologia
Quadro	A Crucificação – (sala 58) planta 0	Juan de Flandes	La Crucifixión	1509 – 1519
Quadro	Cavaleiro com a mão no peito – (sala 8 B) planta 1	El Greco	El caballero de la mano en el pecho	Hacia 1580
Quadro	As Meninas – (sala 12) planta 1	Velázquez, Diego Rodríguez de Silva y	Las meninas	1656
Quadro	O sonho de Jacob – (sala 9) planta 1	Ribera, José de	El sueño de Jacob	1639
Quadro	3 de Maio em Madri – os fusilamentos – (sala 64) planta 0	Goya y Lucientes, Francisco de	El 3 de mayo en Madrid, o “Los fusilamientos”	1814
Quadro	A Anunciação – (sala 56 B) planta 0	Angelico, Fra	La Anunciación	1425 – 1428
Quadro	O Cardeal – (sala 49) planta 0	Rafael	El Cardenal	1510 – 1511
Quadro	Carlos V na Batalla de Mühlberg – (sala 27) planta 1	Tiziano, Vecellio di Gregorio	Carlos V en la Batalla de Mühlberg	1548
Quadro	A Imaculada Conceição – (sala 23) planta 1	Tiepolo, Giambattista	La Inmaculada Concepción	1767 – 1769
Quadro	A Descida – (sala C) planta 1	Weyden, Roger van der	El Descendimiento	Hacia 1435
Quadro	O Jardim das Delícias – (sala 56 A) planta 0	El Bosco	El jardín de las Delicias, o La pintura del madroño	1500 – 1505
Quadro	As Três Graças – (sala 29) planta 1	Rubens, Pedro Pablo	Las tres Gracias	1630 – 1635
Quadro	Auto-retrato – (sala 55 B) planta 0	Durero, Alberto	Autorretrato	1498
Quadro	Judite no banquete de Holofernes – (sala 16 B) planta 1	Rembrandt Harmensz. van Rijn	Judit en el banquete de Holofernes	1634
Escultura	Orestes e Pílades ou Grupo de San Ildefonso – (sala 71) planta 0	Praxíteles (Escuela de)	Orestes y Pílades o Grupo de San Ildefonso	Hacia 10 a.C.

Agora que você já sabe do que se trata, tenho certeza de que vai se encantar, parando em frente aos quadros ou esculturas que escolheu conhecer “ao vivo, em cores”.

Isso muda completamente seu entendimento e torna a visita mais atrativa ao seu olhar.

Não tem como não gostar.

Pegue, logo na entrada, uma planta do Museu para se orientar, evitando andar, subir e descer andares desnecessariamente.

No plano 0 tem um restaurante bem legal. Dá para almoçar no self-service ou tomar um bom lanche, café, etc. Se estiver animado, vai encontrar livros temáticos, gravuras, lembranças, jogos, etc, tudo relativo ao colossal acervo do Prado.

Se estiver viajando em grupo, vai dar show de cultura, guiando os companheiros e explicando o significado de cada obra.

Nem precisará alugar o áudio-guia. Já recuperou o ingresso. Tá vendo?

Não conte, nem morto, que só tem informações daquelas 15 peças que “estudou”………….

O grupo de viagem vai te olhar de forma diferente a partir dali.

Seu ego vai inchar…., prepare-se.

• Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía museoreinasofia.es/

Fica na Calle de Santa Isabel nº 52 a poucos passos da famosa estação de trem, Atocha, e Metro (linha 1 ou 3, Atocha ou Lavapiés) e o ingresso individual sai por módicos 8,0 €.

Um dos mais importantes da Europa em termos de arte do Século XX.

Nele você encontrará os extraordinários artistas surrealistas espanhóis como Pablo Picasso, Salvador Dalí, Joan Miró e Eduardo Chillida.

Um verdadeiro espetáculo!!

http://www.museoreinasofia.es/visita/planos

Aos seguidores do Blog, esclareço que o quadro acima é de autoria de Salvador Dalí; “by S. Eid” é só a foto ….., tá?

O ícone do Reina Sofía é o monumental painel “Guernica”, no qual Picasso retrata o bombardeio à cidade basca de Guernica pela força aérea alemã (Luftwaffe) durante a Guerra Civil Espanhola, em abril de 1937.

Estilo: cubista

Dimensões: 7,8m x 3,5m

Cronologia: entre abril e junho de 1937

Preto e branco simbolizam o repúdio do pintor ao ataque autorizado por Francisco Franco, ditador espanhol à época.

Durante a Segunda-Guerra a obra foi transferida para o MOMA de Nova York, retornando à Espanha em 09/09/1981, após a volta da democracia no país, seguindo o desejo do pintor.

A partir de 1904, Picasso passou a viver definitivamente na França, onde faleceu em 09/04/1973, portanto não presenciou o retorno triunfal de Guernica à sua terra natal, Espanha.

No dia seguinte à sua morte, o ex-Beatle, Paul McCartney, já em carreira solo, compôs a canção “Picasso’s Last Words (Drink to Me)”, usando suas últimas palavras como refrão:

O velho grande pintor morreu na noite passada
Seus quadros estão na parede
Antes de partir, ele nos deixou uma ordem
E deu boa noite a todos
Beba por mim, beba pela minha saúde
Você sabe que eu não posso mais beber

O Diretor americano Woody Allen também o homenageia no filme “Meia-Noite em Paris”, lançado em 2011, no qual um jovem escritor americano se transporta à Paris dos anos 20, sempre que o relógio marca meia-noite. Lá, encontra toda a classe de artistas plásticos, escritores e compositores da época. Vale a pena conferir.

Continuando a nossa viagem:

Se você se fixar só nestes 4 artistas, já valeu a visita ao Reina Sofía.

Tá bom, vai. … só três: Picasso, Dalí e Miró (coitado do Chillida….).

Vista do jardim interno ao Museu

• Museu Thyssen-Bornemisza museothyssen.org/es/thyssen/home

Fica no Palácio Vilahermosa, Paseo del Prado nº 8 e o ingresso individual custa 10,0 €.

Em 1993 o governo espanhol adquiriu a maior parte da coleção particular da família Thyssen-Bornemisza (aproximadamente 1000 (mil) obras), a fim de criar este impressionante museu.

O acervo está disposto em ordem cronológica, indo desde o Renascimento (1290) até o Século XX (1984).

É covardia!!! E você achava que no apartamento de sua tia tinha muitos quadros na parede, lembra?

O interessante no Museu Thyssen-Bornemisza, é passear pelas salas escolhendo aleatoriamente as obras que mais chamarem a sua atenção.

Rubens, Picasso, Caravaggio, Van Gogh, Van Eyck, etc; você escolhe, olha e segue em frente.

Quer abreviar o tempo? As salas 41 a 48 exibem importantes obras do século XX e merecem ser vistas.

Lembrete geral: na Europa, obras são tratadas com cuidado extremo; portanto é comum mudarem de sala para reforma do ambiente ou mesmo recolhê-las em caso de restauração.

Caso não estejam onde indiquei, não abandone o blog, por favor.

Me dê uma segunda chance…………

Normalmente há sérias restrições com relação a fotos de obras em museus, incluindo câmeras, filmadoras, smart-phones e tablets.  Uso de flash, tripé ou haste de selfie, nem pensar.

Consulte um membro do museu antes de passar vergonha.

É bom lembrar que existe um limite de distância diante das obras, que deverá ser respeitado pelo visitante (em geral uma faixa demarcada no piso).

Para não carregar peso desnecessário, deixe mochilas e bolsas nos armários (lockers), logo no hall de entrada do museu. Carregue sua carteira, caso queira comer ou comprar algo e não se esqueça dos seus óculos, se depender deles para ler informações ou enxergar as obras.

Acho que comentei tudo………

Nos próximos posts teremos alterações radicais…. Mudaremos o canal para o tema Orlando – Flórida e seus parques temáticos.